FoMO: O medo de ficar de fora
A FoMO foi um termo criado em 2000, pelo estrategista de marketing norte-americano Dan Herman. A sigla é a abreviação do termo em inglês "fear of missing out", que em português significa "medo de ficar de fora".
Os pesquisadores de Harvard e Oxford, Patrick McGinnis e Andrew Przybylski, definiram a FoMO como um desejo de estar permanentemente conectado com o que os outros estão fazendo.
Sabemos que atualmente as pessoas permanecem muito tempo conectadas, seja no celular ou no computador.
A pesquisa realizada nos traz diversas reflexões. Uma delas é de que precisamos estar atentos a um fato: o excesso de conexão com o mundo pode gerar desconexão consigo mesmo, justamente pela falta de investimento na construção das relações interpessoais e consigo próprio.
É como se a vida estivesse passando e fossemos apenas expectador e não seres ativos dela. A FoMO fala justamente do receio da vida passar sem ela ser de fato vivida.
Ao contrário da conexão direta e humana, a virtual nos dá a possibilidade de receber as informações em grande volume sobre o que está acontecendo na vida dos amigos, dos famosos, ao redor do mundo em tempo real.
Esse processo já demonstrou a capacidade de gerar no ser humano a falsa impressão de que estamos perdendo oportunidades, acontecimentos importantes e eventos, quando, na verdade, não estamos.
E são justamente esses fatores que levaram os pesquisadores de Harvard e Oxford olharem mais afundo para o que estava acontecendo com as pessoas.
A FoMO vem para nomear o medo e a necessidade de saber o que outras pessoas estão fazendo e a busca incessante por não se sentir isolado desse meio.
Tudo isso pode impactar fortemente as atividades diárias, pois a pessoa passa a ter necessidade constante de permanecer conectado a todo instante, prejudicando atividades como: as relações com a família, o trabalho, as refeições, a direção do carro, etc.
Trata-se de uma síndrome da vida contemporânea. É uma patologia psicológica que se desenvolve pelo medo intenso de não conseguir acompanhar a vida das pessoas e isso está relacionado com o nosso momento presente extremamente conectado.
Vale ainda ressaltar, que todo esse processo aumenta as chances de potencializar a ansiedade, estresse, mau-humor, desconforto ou mesmo a depressão.
A FoMO está relacionada à aceitação de si próprio e aceitação social. O medo de ser excluído e rejeitado provoca preocupação excessiva, a pessoa não consegue se ancorar no momento presente, fica excessivamente preocupada com o futuro e acaba tomando atitudes para sentir-se pertencente a algo ou algum grupo.
Estes comportamentos resultam em angústia, insegurança de viver offline, podem gerar ansiedade, estresse, mau-humor, desconforto ou mesmo depressão.
A pesquisa realizada por Patrick McGinnis e Andrew Przybylski recrutou homens e mulheres estudantes da Universidade da Pensilvania, todos possuíam um iPhone e utilizavam Facebook, Instagram e Snapchat.
Eles responderam questionários sobre temas: ansiedade, depressão, autoestima, autonomia, auto aceitação, suporte social, “fear of missing out” e solidão. O uso diário dos aplicativos e da bateria do celular foram limitados.
Verificaram que a limitação do uso das redes sociais em apenas 10 minutos diários por plataforma e durante três semanas, influenciou diretamente no bem-estar dos participantes.
Assim sendo, sintomas de depressão e de solidão diminuíram no grupo que teve acesso restrito ao celular. As pessoas que já estavam diagnosticadas com depressão apresentaram melhora nos sintomas depressivos.
Os alunos participantes da pesquisa mencionaram que passaram a ter mais consciência e controle do tempo gasto após o experimento.
Trouxe o resumo de alguns dos sintomas característicos de pessoas com FOMO, veja:
Algumas estratégias podem ser adotadas para ajudar quem está sentindo os sintomas característicos da FoMO:
Você já tinha escutado falar na FoMO?
Caso você esteja sofrendo de ansiedade ou mal-estar grave relacionados aos sintomas apresentados acima, é aconselhado consultar um psicólogo.