Ansiedade materna
A chegada do primeiro filho é um dos momentos mais esperados, e é um período de muitas transformações na vida, na família, na casa, na rotina e em tudo que está a volta de quem materna. Nesta fase da vida é comum surgir situações de medos e inseguranças que deixam as mães ansiosas, angustiadas e até mesmo deprimidas.
Vale explicar que, a ansiedade é um sentimento comum a todos nós, é uma resposta natural do corpo a situações de perigo, estresse ou desafio. É uma reação adaptativa que nos prepara para lidar com ameaças percebidas. No entanto, em alguns casos, ela pode se tornar desproporcional, crônica e afetar negativamente a qualidade de vida.
A ansiedade materna pode se aparecer de diferentes formas, incluindo preocupação excessiva com o bebê, auto crítica se está sendo uma boa mãe, medo de que algo ruim aconteça com o filho, dificuldade em relaxar, irritabilidade, alterações no sono e apetite, entre outros sintomas.
Quando esses medos e preocupações se tornam muito intensos e frequentes pode ser um sinal de que a ansiedade esteja muito elevada. A preocupação é normal até certo ponto, o seu excesso não apenas afeta a saúde mental, como também atrapalha os seus relacionamentos, desenvolvimento profissional e cuidados com o filho (a). Vale ressaltar que é comum que as mães de primeira viagem não têm confiança em suas habilidades e julgamento como mãe, isso pode levar um tempo para acontecer.
Para exemplificar, abaixo estão descritos alguns medos comuns que podem surgir em decorrência desta fase:
Os sintomas da ansiedade elevada podem aparecer nas primeiras três semanas após o parto ou muitos meses depois.
Alguns fatores podem aumentar o risco de ansiedade materna, como o histórico pessoal ou familiar de ansiedade, eventos estressantes durante a gravidez ou no pós-parto, falta de suporte social (rede de apoio), mudanças hormonais, problemas de relacionamento ou dificuldades financeiras. Ela também pode vir de fatores ambientais, como demissão, crise financeira, problemas no relacionamento afetivo, brigas entre familiares entre outros acontecimentos que podem afetar o cuidado com o bebê.
Palpites de parentes, mães experientes, médicos e outras pessoas próximas podem ajudar a intensificar a ansiedade da mãe no lugar de servir como consolo ou orientação, pois pode ocorrer uma sobrecarga com a quantidade de informações distintas ou conflitar com alguns valores e princípios dessa mãe.
Veja como o sentimento da ansiedade elevada costuma se manifestar em termos de comportamentos e pensamentos.
Alguns pensamentos podem surgir de forma mais intensa e repetitiva. Confira:
Nem sempre os pensamentos refletem a realidade. Pensamentos nem sempre são fatos. Quando não estão pautados na realidade o chamamos de pensamentos disfuncionais, que são ideias que aparecem de forma automática, ou seja, sem qualquer tipo de reflexão e conclusão lógica.
Algumas perguntas podem ser feitas para você analisar e identificar as características da sua ansiedade.
O medo de ser julgada, mal interpretada ou criticada pode atrapalhar a busca por ajuda e esta é uma das principais razões pelas quais as mães não procuram ajuda profissional. Algumas pessoas se sentem envergonhadas de admitir que estão lutando com a ansiedade e com determinados pensamentos, pois temem ser vistas como fracas, ingênuas ou incapazes.
A sensação de que ninguém mais está passando por esse problema também pode acarretar em comportamento de isolamento, trazendo uma enorme solidão. Isso tudo poderá levar a pessoa para um segundo problema, a depressão.
Pedir ajuda é a primeira e mais importante solução, não há nada de errado em pedir ajuda e isso não fará de você uma mãe ruim. Falar com familiares, amigos, trocar experiências ou com um profissional de saúde mental pode ajudar a aliviar a ansiedade.
Participar de grupos de apoio para mães pode ajudar. Com essa troca é possível observar que outras pessoas passam por experiências semelhantes e, em regra, oferecem um ambiente seguro e acolhedor para discutir questões relacionadas à maternidade.