O que é a Terapia do Esquema?
A Terapia do Esquema (TE) é um tipo de abordagem psicoterapêutica que se concentra na identificação e tratamento de padrões de pensamento e comportamento disfuncionais que se originam na infância e se mantêm na vida adulta. Esses padrões são chamados de "esquemas", e são vistos como estruturas cognitivas profundamente arraigadas que influenciam a maneira como uma pessoa percebe a si mesma, aos outros e ao mundo.
A TE foi desenvolvida por Jeffrey Young na década de 1980 e é baseada na teoria cognitiva e psicodinâmica. O objetivo da terapia é ajudar os pacientes a identificar e modificar seus esquemas disfuncionais, substituindo-os por padrões mais saudáveis de pensamento e comportamento.
O terapeuta trabalha em conjunto com o paciente para identificar os esquemas disfuncionais e ajudá-lo a entender como eles afetam sua vida e relacionamentos. A partir daí, o terapeuta ajuda o paciente a desenvolver habilidades e estratégias para lidar com esses padrões de forma mais saudável e construtiva.
A Terapia do Esquema é frequentemente usada no tratamento de transtornos de personalidade, como o Transtorno Borderline, mas também pode ser útil no tratamento de outros problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e traumas.
O objetivo da Terapia do Esquema é identificar esses padrões disfuncionais e ajudar o paciente a desenvolver esquemas mais saudáveis e adaptativos, para que possa viver uma vida mais satisfatória e plena.
Existem 18 esquemas principais, que são padrões de pensamento e comportamento que surgem a partir de necessidades não atendidas na infância e que se repetem ao longo da vida adulta, causando sofrimento e limitando a capacidade de relacionamento saudável com os outros. São eles:
Cinco esquemas de desconexão e rejeição:
Abandono/Instabilidade: Espera constantemente o inevitável abandono e decepção em suas relações.
Desconfiança/Abuso: Sente que os outros irão magoar, abusar, humilhar, enganar, mentir, manipular, tirar vantagem ou negligenciar intencionalmente.
Privação Emocional: Espera não ser respeitado, querido, valorizado, cuidado e amado pelos outros.
Defectividade/Vergonha: Sente vergonha de si, inferior, defeituoso, problemático ou indigno de ser amado.
Isolamento Social/Alienação: Se sente diferente e estranho, sem grupo social. Espera que nunca vai ser verdadeiramente compreendido e aceito pelos outros.
Quatro esquemas de prejuízo na autonomia e desempenho prejudicados:
- Dependência/Incompetência: Sente incapaz de viver só e satisfazer suas próprias necessidades.
- Vulnerabilidade ao dano e doença: Sente ansiedade constante esperando catástrofes, crimes, acidentes, doenças e morte.
- Emaranhamento e Self subdesenvolvido(Submissão): Sente que para agradar deve se submeter aos desejos do outro.
- Fracasso: Sente que está destinado ao fracasso e nada é bom suficiente. Desesperança constante.
Dois esquemas de limites prejudicados:
- Superioridade (Arrogo)/Grandiosidade: Se sente superior aos outros, com mais direitos e talentos.
- Autocontrole/autodisciplina insuficientes: Não é capaz de controlar seus desejos imediatos, para alcançar objetivos a longo prazo.
Três esquemas de dedicação ao outro:
- Subjugação/Repressão: Esconde suas necessidades e desejos com medo de retaliação, raiva, decepção...
- Auto-sacrifício/Altruísmo: Sente que deve sacrificar suas necessidades para agradar os outros.
- Busca de aprovação e reconhecimento: Constante desejo obter aprovação, reconhecimento e atenção de outras pessoas ao ponto de reprimir sua identidade, gostos e pensamentos.
Os quatro esquemas de hipervigilância/inibição:
- Negativismo/Pessimismo: Espera sempre um mal resultado, enfatizando os aspectos negativos e negligenciando os aspectos positivo.
- Inibição Emocional: Inibe suas emoções (raiva, tristeza, medo) para evitar as consequências negativas.
- Padrões inflexíveis/Postura crítica e exagerada (Perfeccionismo): Exige o máximo de si mesmo e dos outros. Atento aos detalhes com expectativas irrealistas. Insatisfação constante.
- Postura punitiva: Sente que todos erros devem ser punidos, tanto os seus, quanto os dos outros. Constantemente analisa e critica os muitos erros que percebe. Sensação persistente de revolta com injustiças.
Nessa terapia ao identificar os esquemas, eles poderão ser trabalhados com intervenções específicas para reduzir os sintomas esquemas desadaptativos.
A terapia focada em esquemas é eficaz para pessoas com transtornos de ansiedade, do humor e transtornos dissociativos. E pode beneficiar outras pessoas, que não têm transtornos, mas que tem dificuldade em expor seus sentimento e emoções. Os esquemas de Young podem ser muito úteis também nesses casos.